Estudo da USP revela que Covid-19 pode apresentar sintomas diferentes em crianças

Estudo da USP revela que Covid-19 pode apresentar sintomas diferentes em crianças  whatsapp

Quando a pandemia da Covid-19 começou, as primeiras notícias que tivemos foram as de que a doença só acometia pessoas de mais idade, os idosos. 

Passado mais de um ano que tudo começou no Brasil, o que temos visto, alarmados, é que a enfermidade pode atingir – e matar – os mais jovens também.

Atentos a este cenário, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e do Instituto Adolfo Lutz decidiram pesquisar os efeitos da Covid-19 em crianças e adolescentes.

Os estudos revelaram que crianças e adolescentes infectadas pelo novo coronavírus podem apresentar sintomas clínicos bem diferentes dos já conhecidos, como febre, tosse e desconforto respiratório, todos causados por lesões severas nos alvéolos pulmonares.

De acordo com a pesquisa, crianças saudáveis, infectadas pela Covid-19, podem apresentar lesões inflamatórias extrapulmonares, como miocardite no coração e colite – inflamação do cólon intestinal.

A forma atípica de Covid-19 é chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) e, de acordo com os pesquisadores, nas crianças, pode ser detectada alguns dias ou semanas após a infecção pelo SARS-CoV-2. 

Até agora pensava-se que tal reação inflamatória exagerada acontecia independente de o vírus ainda estar presente no organismo, que tratava-se apenas do resultado de uma reação imune. No entanto, as constatações feitas por meio do estudo revelam evidências de que as manifestações da SIM-P são desencadeadas, também, pela ação direta do novo coronavírus nas células dos órgãos infectados.

“É importante que os pediatras atentem para essas possíveis manifestações clínicas diferentes de Covid-19 em crianças e adolescentes para que a infecção seja diagnosticada e a SIM-P tratada mais rapidamente”, disse à Agência Fapesp, a pesquisadora Marisa Dolhnikoff, professora da FM-USP e coordenadora do projeto.


[Fonte: saude.ig.com.br]