Uma menina que esteja na faixa etária entre 10 e 19 anos tem totais condições de ser mãe?
A resposta parece óbvia: não.
Pois é, mas dados oficiais – coletados, em 2017, pelo Ministério da Saúde (DATASUS) – revelaram que mais de 480 mil bebês nascidos vivos em nosso país tinham suas mães pertencentes à referida faixa etária. O registro traduziu um nascimento por minuto.
Passados quatro anos, o cenário não melhorou em nada. Os números continuam alarmantes. De acordo com o último relatório do Fundo de População da ONU (UNFPA), a cada mil bebês nascidos vivos, 62 são de mães que têm entre 10 e 19 anos. Este número está – muito – acima da média mundial, que é de 44 a cada mil.
A partir desses números, especialistas brasileiros em saúde sexual enfatizam que a gravidez na adolescência é uma questão de saúde pública e precisa de atenção especial.
"O grupo de maior risco são meninas com baixa escolaridade, com falta de informação e uma cultura de não ter espaço para conversar em casa. A alta taxa de gravidez vem muitas vezes acompanhada de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis também", explica a pediatra e consultora parental Loretta Campos.
Autoridades no assunto são unânimes em dizer que, para a realidade brasileira, dizer que sexo não é permitido não irá impedir que os jovens sintam desejos sexuais, curiosidade ou fazer com que simplesmente percam sua libido. Ou seja, a abstinência não vai prevenir a gravidez na adolescência.
"O que deve ser feito é orientar, apresentar os caminhos para a prevenção tanto de doenças quanto da gravidez inesperada", diz a psicóloga Flávia Teixeira.
[Fonte: Minha Vida]