Rachel Carson. Sabe de quem se trata?
Nós, da UNEF, vamos te contar...
Foi uma bióloga marinha, ecologista e escritora norte-americana, que teve sua obra (na qual se destaca o livro “Silent Spring” / “Primavera Silenciosa”, escrito em 1962) considerada como grande fator desencadeador do que, hoje, conhecemos como movimento ambientalista moderno.
Nascida em 1907, em uma propriedade rural de 26 hectares, no interior do estado da Pensilvânia, Carson gostava muito de explorar quando era menina.
Filha de pai vendedor de seguros e mãe dona de casa, a garota era leitora ávida e, com oito anos, começou a escrever histórias, sempre incluindo animais.
Quando, aos dez anos, publicou sua primeira história numa revista local (e vieram muitas outras a seguir), o editor da publicação mandou a ela um cheque de dez dólares. Era um ótimo dinheiro na época!
Rachel cresceu e se tornou uma empenhada pesquisadora na área dos problemas ambientais decorrentes do uso de pesticidas sintéticos (especialmente, o DDT).
A capacidade inseticida desse produto – sintetizado em 1874 – foi descoberta, em 1939, pelo químico suíço Paul Hermann Muller. Pela descoberta, ele ganhou o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 1948. Foi intensamente usado pelas tropas aliadas na Primeira Grande Guerra, para combater o tifo e a malária. Em 1945, estava disponível para a venda nos EUA.
Por ser acessível em termos de preço e muito eficiente, não demorou para que o DDT passasse a ser usado em grande quantidade (e de forma descontrolada) nas lavouras, hortas e jardins, em todo o país.
Em 1947, os riscos do uso indiscriminado já eram apontados pelo médico Bradbury Robinson (1884-1949). A substância, persistente e acumulada no corpo de pássaros e peixes que comem os insetos, evidentemente, faria estragos no corpo dos humanos que ingerissem peixes contaminados.
Passados dez anos, em 1957, Carson já estava envolvida na investigação dos tais efeitos do DDT (assim como de outros pesticidas sintéticos relativos à natureza, aos animais e aos seres humanos).
Como já contamos acima, ela iniciou – em 1959 – a escrita de seu clássico “Silent Spring (“Primavera Silenciosa”). Em 1960, descobriu um câncer de mama, que revelou, logo depois, ter metástase. Fez mastectomia e radioterapia e continuou seu trabalho. O livro foi publicado em setembro de 1962.
O livro – em suma – alerta para as consequências do uso, absurdamente liberal, dos pesticidas sintéticos. Além do estilo poético que a autora desenvolveu nos escritos populares anteriores, o livro tem tom caloroso e ela consegue sensibilizar o grande público para a gravidade do problema.
A recepção do livro foi combinação ruidosa de louvores e ataques, visto que a maioria da população norte-americana encarava os pesticidas como parte da ampla revolução técnica que sucedeu a Segunda Grande Guerra e não estava consciente de que seu uso precisava ser reduzido e controlado pelo governo.
A indústria química – produtora de pesticidas – claro, desqualificava a autora e negava as alegações do livro. Carson e a editora foram ameaçadas – inúmeras vezes – de serem acionadas judicialmente.
Fragilizada pelo avanço do câncer, Carson teve pouca energia para reagir e nem mesmo às cerimônias em sua homenagem ela conseguiu comparecer já no final da vida.
Rachel Carson morreu em 1964.
[Fonte: portal.cbpf.br]