Vamos conversar sobre epilepsia?
A primeira coisa a dizer sobre a síndrome – caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas que descrevem determinada condição e apontam, por algum motivo, um agrupamento de células cerebrais se comporta de maneira hiperexcitável – é que não é uma doença contagiosa, nem sinal de loucura, logo, é preciso evitar o medo e o preconceito diante da referida manifestação.
As expressões clínicas do distúrbio – crises epiléticas parciais (se os sinais elétricos estão desorganizados em apenas um dos hemisférios cerebrais) ou totais (se essa desorganização ocorrer nos dois hemisférios) – costumam desaparecer espontaneamente, porém, a tendência é que se repitam de tempos em tempos.
Para que você saiba mais sobre o assunto, crises que duram mais de cinco minutos (ou crises recorrentes) indicam situação de emergência neurológica, conhecida como estado do mal epilético. Em casos como este, o (a) paciente precisa de atendimento médico imediato.
É importante salientar que, para caracterizar a epilepsia, é fundamental observar a recorrência espontânea das crises com intervalo de, no mínimo, 24 horas entre elas.
Ou seja, um episódio único não é indicativo da síndrome.
O tratamento da epilepsia é indicado apenas a partir da segunda crise. O uso da medicação tem o objetivo de bloquear as crises, eliminando a atividade anormal do cérebro, com o intuito de assegurar boa qualidade de vida para o paciente.
Entre as recomendações médicas para aqueles que já apresentam o quadro estão: não deixar de tomar a medicação de forma alguma (o controle das crises e, consequentemente, a boa qualidade de vida depende, exclusivamente, da adesão e do tratamento em si); não interromper as visitas ao médico enquanto estiver usando o medicamento; não reduzir a dose do remédio prescrito pelo médico por conta própria.
E para quem não tem epilepsia, as recomendações, diante da crise de alguém, são: manter a calma (a crise do tipo convulsivo, geralmente, dura poucos segundos ou minutos e passa sozinha); apoiar a cabeça da pessoa para evitar um trauma e virar o rosto de lado (para eliminar o acúmulo de saliva ou para impedir que se asfixie com o próprio vômito).
Por fim, é preciso deixar claro que a pessoa em crise de epilepsia jamais conseguirá engolir a língua, um músculo que também se contrai durante a crise por causa da contratura muscular generalizada, uma característica da síndrome.
[Fonte: drauziovarella.uol.com.br]